quinta-feira, 5 de maio de 2022

A BATÉIA

A BATÉIA, mais uma obra da série em homenagem aos povos nativos (Indígenas). A BATÉIA - aqui simbolizando nos objetos do garimpos de minérios - tem como objetivo, denunciar os garimpos - principalmente os ilegais - que tem causado grandes prejuízos aos povos indígenas e ao meio ambiente, de uma forma  em geral, trazendo grandes prejuízos a fauna e a flora.
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DIOMAR LUSTOSA, O "PINCEL NERVOSO".



Acredito sinceramente que a arte é uma dádiva, uma forma de escrever,  grafar, plasmar a aventura da vida em formas, cores, gestos, sons e ousadias.

 Geralmente nesse multiverso de possíveis passagens místicas, de portas secretas, de entranhas e delícias embriagadoras, habita um ser revestido de uma coragem essencial, dosada na medida necessária para traduzir, decodificar e apresentar aos passageiros dessa nau vida, algumas possibilidades de um "outro" universo paralelo, que está mais ao norte do espírito, do que  na tangencia de uma matéria em constante mutação orgânica. 

Arte em minha imperfeita visão, serve primeiro ao criador, por ser assim, ela pode ser um elo entre a "batalha campal" da existência humana e a possibilidade da transcendência, da fluidez, no qual se crê numa outra forma existencial. 

Pode ser que divaguei, mas não consigo ver arte e religião separadas da mirífica experiência humana. Sendo assim destinada desde os primórdios, à construção de uma linguagem particular poderosa, possível de ser compreendida da babilônia até as cavernas, em todas as latitudes sem as barreiras naturais dos idiomas glossários que interligam, ou separam o tecido politico/ geográfico das nações.
 Diomar Lustosa, um artista, um amigo que tenho de longa data reúne uma série de experiências interessantes, que em meu ver, converge um
 vigoroso interesse conceitual na arte figurativa em nosso meio. 

Primeiro, ele é um personagem agradável, de riso fácil, olhar atento, olhos brilhantes sonhadores, curiosidade e inteligência marcante em qualquer lugar que se encontra...,depois, sua fé na arte, e coragem singular para trilhar o seu ofício, o habilita a ter a atenção justa e necessária que o faz viver exclusivamente de sua pintura desde meados dos anos 80. E isso não é pouco,  em um Estado de Goiás, que  costuma fazer transparente, invisível, quem não vem de berço "bafejado pela sorte" como bem diria o escritor e poeta Brasigóis Felicio, dentro da tradição patrimonialista do Estado.

 Tive o prazer de fazer viagens ao exterior ao lado de Diomar Lustosa, e percebi a naturalidade que ele transita entre os povos de diferentes países e continentes. 

Como um eremita em Paris, vi Diomar arrastando uma imensa mala repleta de sonhos e esperanças, minutos antes da meia noite, rumo à seu destino de sobrevivência no "metier artistique", na sua fé inabalável de que arte é importante, mesmo para aqueles que não crê na sagrada missão do artista. Sua obstinada e renitente devoção artística, é um incentivo à quem tem a chance de conviver com ele, comoeu sempre tive.

Quanto à sua temática pictórica, que está se fechando no ciclo quaternário entre pincéis, tintas, suportes e tenacidade humana, ele mira no tema e acerta na pintura em vários fragmentos, de várias formas sem jamais abandonar a figuração: surrealismo, Fauvismo, expressionismo e até cunhou um termo "contemporário"  como humor e sátira à muitas das facetas da arte contemporânea produzida entre nós.

Sou seu fã, jovem mestre Diomar Lustosa. Obrigado por sua pintura e sua coragem que me contamina. 

Nonatto Coelho. 
Artista e pesquisador.