**Um Marco Artístico: Celebrando 90 Anos de Goiânia e Sua Vibrante Cena Cultural**
Goiânia completa 90 anos, uma cidade tão jovem e encantadora quanto uma flor de lírio do campo.
Com mais 10 anos, a capital do agrobusiness completará um círculo cósmico: um século de história. Sempre iluminada por um sol que inspira todos nós, artistas...
Entretanto, quando essa ilustre capital atingir os 100 anos, nossa história da arte ainda terá apenas 81 anos. Contudo, com a inexorável passagem do tempo, rapidamente fecharemos os primeiros 100 anos da gloriosa história da arte local. Alguns historiadores marcam o modernismo em Goiás em 1952, quando foi criada a EGBA - Escola Goiana de Belas Artes. Essa data seria o "début" de uma fase seminal na produção artística goiana, que se estende de forma visível até nossos dias na arte contemporânea.
O ano de 2023 está se encerrando, e podemos constatar que a arte visual goiana teve e continua tendo momentos destacados. Destaco a exposição "Minha Vida Está Aqui" da coleção de Sáida Cunha no Centro Cultural Octo Marques, e a exposição "Artedoor" da AGAV - Associação Goiana de Artes Visuais. Esta, em tributo ao aniversário da cidade, espalha reproduções de trabalhos de 90 artistas pelas ruas, parques, praças e avenidas da capital.
A recente exposição "Da Chegada do Modernismo ao Início do Contemporâneo" promovida pelo Sesc/Senac/Fecomércio, inaugurada em 20 de novembro no MAC - Museu de Arte Contemporânea de Goiás, destaca-se como uma das maiores do gênero na capital.
A exposição da coleção de Sáida Cunha foi um "aperitivo" saboroso que marca a história da capital. Uma pequena mostra reveladora, confirmando a excepcional qualidade de alguns artistas. A atual exposição comemorativa do aniversário de Goiânia reúne uma excelente seleção artística das coleções do MAC, MAG - Museu de Arte de Goiânia e até de colecionadores particulares.
A cidade, jovem e dinâmica, torna-se cada vez mais um "portal" onde convergem arte e artistas, sedimentando uma produção com elementos identitários da arte genuinamente brasileira. Quando o país encontrar suas raízes verdadeiras, terá na arte do Centro-Oeste, especialmente Mato Grosso e Goiás, exemplos de originalidade essenciais para a tão sonhada soberania nacional.
A exposição que comemora o aniversário da capital foi curada por Agnaldo Coelho, professor de arte e artista, dotado de uma visão ortodoxa e eclética, fruto de sua ambivalente experiência no setor.
Tenho reservas e críticas ao "curandeirismo" de alguns curadores na arte contemporânea, mas reconheço os méritos distintos e consideráveis do curador supracitado. Fazer uma curadoria com peças de museus facilita o trabalho, mas é importante observar a aura "sagrada" que cada peça emana, devido à sua presença em instituições museológicas.
A exposição "Da Chegada do Modernismo ao Início do Contemporâneo" é uma oportunidade única de ver a junção de mais de 90 obras, de 90 demiurgos do Estado de Goiás. Uma mostra didática, que deve atrair a atenção de escolas e amantes da arte visual, expondo os mais proeminentes nomes artísticos desde o modernismo até a produção contemporânea.
Abraço fraterno,
Nonatto Coelho
Artista e pesquisador.
